Desabafo

Sabe,há alguns anos escrevo aqui neste blog, mais precisamente desde 2009. Tento sempre trazer um pouco das coisas que eu gosto e que principalmente as quais me mantém vivo, que mantém minha lucidez, do meu jeito, torto talvez, mas foi o caminho que consegui trilhar. De fato, nada foi muito fácil para mim até hoje, minha vida é repleta de erros, lágrimas, tristezas profundas, mágoas, decepções, azares, seja lá qual nome podemos dar para os planos que dão errado. Vivo prometendo escrever um livro de todas as desventuras que enfrento, mas não sei o quanto sincero eu poderia ser, sem magoar algumas pessoas, sem que todos envolvidos saibam que trata-se apenas de pensamentos e lembranças.


Eu não sou nem de longe a pessoa que mais sofreu nesta vida, nem sei se minha história tem algo de realmente interessante para ser contado, passado adiante, eternizado em um livro. Talvez seja só desculpas para procratinar algo que não sei sua verdadeira importância, mas talvez o que mais me impede é que minha realidade não inspira o vislumbramento de um final feliz. Não é deste modo que todo livro deve acabar? Como diz a canção: ‘…se há sorte, eu não sei, nunca vi…’.


Eu não conheço as pessoas que acessam o blog todos os dias, mas me preocupo com cada um que chega até o blog, pelos caminhos mais diversos, buscando por tantas respostas, que talvez não encontrarão. Para ser totalmente sincero, eu nunca pensei em escrever um blog esperando que alguém tivesse interesse em ler, tento retribuir com uma dose de confiança, que paradoxalmente pareço ter tanto e tão pouco.


Você já se deparou com um momento em sua vida, em que você se pergunta porque está vivo? Sem conseguir encontrar algum motivo genuinamente válido. Ao mesmo tempo, teme encontrar uma razão a qualquer momento, justamente quando pode ser tarde demais. Algo como esperar tanto tempo pela felicidade que acaba esquecendo de viver com aquilo que a vida pode lhe dar. Queria apenas pensar menos em tudo isso, ficar um pouco inerte, alheio, desligado, fora de área. Este não é um pensamento do Wills, ele pode nem fazer sentido, apenas queria pensar alto, escrevendo aqui um pouco das minhas inquietações, talvez assim minha cabeça pare de doer de tanto pensar, pensar e pensar, abrir um pouco de espaço.


Estou ouvindo uma música que acho muito bonita. Não sei exatamente o que ela tem de tão especial para mim. Me traz lembranças boas da infância. Da época em que acordava cedo, já que não precisa ir para a aula, aproveitava para assistir Globo Rural, vendo aquela vida que corria em uma velocidade diferente, de dias mais longos. De quem olha para o céu, de quem espera a chuva, de quem precisa de sol. Daqueles que precisam que a vida floreça para que a sua própria vida aconteça. Tudo aquilo que nos faz acreditar que existirá um dia melhor amanhã, de que a dor acaba e de que as lágrimas sempre secam.


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