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Mostrando postagens de março, 2010
Não quebres o silêncio Ele é tudo o que ficou de ti E já me acostumei a andar De mãos dadas com ele Não violes os meus ouvidos Com palavras e frases nunca ditas, Nem com promessas caladas Que machucam a alma Não me cegues os olhos Com a tua luz, sob a qual Fiz-me mariposa tonta A dançar inebriada Até cairem-me as asas Não me macules a boca Com beijos falsos E ritos gestuais Que não são teus Deixe que o silêncio habite-me De mansinho entre a espera E a ilusão, Anestesiando os dias Na quietude com que te sonho Acordada, Na música que já não ouço, No frio da tua ausência Não quebres o teu silêncio Que calou-me os versos Que te fazia Ao pensar que eras meu

Entre o silêncio e a escuridão

E o silêncio era tanto Que arranhava a alma E era tão frio que doía E tão assustador que medrava arrepiando A pele que nem o morno da noite Aquecia e o escuro arrastava-se infindável, atrevido; movendo-se calado na sombras que teimavam em brincar de aguçar-me os sentidos. Dedos trêmulos e longos tateando o nada entre os contornos imaginários da tua silhueta. Encolhi-me nu em posição fetal até que o silêncio frio e letal rompeu na alvorada, a luz tênuade uma manhã a mais e adormeci...
Já não sei, não conto anos Foram tantos desenganos que os deixei de contar Já nem sequer conto os dias frutos de noites tardias feitas de espera e sonhar Já não conto mais as horas desde que fiz-me senhorado meu tempo pequenino castrei meus sonhos meninos tão tenros de mocidade por uma felicidade que nunca vi na viagem que fiz aqui de passagem Nessa vida retirante conto de hoje em diante os sorrisos das pessoas tardes vividas à toa flôres de muitos jardins rosas, gerânios, jasmins beijos, afagos, lembranças de doces tempos de infância Conto sim, a nossa história trechos rasos de memórias marcas fincadas no rosto o pó de muito desgosto Cheiros de sal e de terra tantas batalhas e guerras Tantas que nunca venci Muitas nas quais eu morri E contarei, com certezada vida, toda a beleza lugares por onde andei Mas dias, anos e mesesfeitos de tantos revezes Eu não mais os contarei