Inevitabilidades

Quanto a ele, sabe exatamente como chegou ate aqui. Vê a lógica da repetição do padrão do qual não poderia fugir. Vê claramente a cor agreste do padrão simétrico e distante que nunca poderias ter evitado. Não tens direito a esse desespero. Porque o fraco de possibilidade que ele teve foi tirado docemente por ti. Ah, que importa que não tenhas culpa? No final, tudo o que sabe, é que foste tu que arruinaste aquela existência áurea e pacifica. Que importa que tenha sido uma fatalidade triste e melancólica ao som de um Sol que não tem força para aquecer? Que importa que tenha sido um belo e romântico flanco porque o amavas demais e ele amava-te e não podia nem devia? Agora está exatamente onde pertence. Nada é perfeito. E ele vai-se sempre embora amanhã, a pergunta é se sente a tua falta o suficiente para voltar sem nunca deixar de ter partido? Sim, a pergunta é essa. Consegues ficar com um pedaço dele? Não. Claro que não. E sempre souberam isso. Por isso é que ele sabe exatamente como chegou aqui, a esta realidade agradável onde tu não existes.

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